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quinta-feira, 4 de outubro de 2018

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Era uma vez...

Quando uma criança nasce, na verdade ela não nasce. Ela deixa de ser estrela e é por isso que ela precisa de 9 meses no ventre...
Na década de 30 uma dessas estrelas apressadas só ficou 6 meses no ventre e nasceu lá nas bandas de Minas Gerais.
Incubadora, UTI neonatal? Isso nem os filhos dos ricos conheciam...
Então aquela pequena menina foi cuidada e criada numa caixa de sapatos.
O tempo passou e dona do seu destino e escolhas, aos 10 anos pediu ao pai para aprender o corte e costura.
O pai então respondeu: Se quer aprender a costurar terá que deixar de estudar!Assim ela trocou os livros, as canetas e os lápis por linha, agulha sianinhas e muita emoção.
Aos 21 anos de idade sentiu todo peso de suas escolhas ao ver sua mãe voltar para o céu. Teve que costurar um fardo de tecido preto para as roupas do luto que seus 08 irmãos usariam durante um ano, como era costume daquela época.
Se tornou mãe de seus irmãos e conheceu toda dor e alegria de cuidar de filhos que não eram seus. Somente aos 31 anos saiu de casa e veio para a cidade prometida que jorraria leite e mel e numa noite de carnaval conheceu o amor de sua vida. Do casamento nasceram 3 filhas, 7 netos e 1 bisneto.
A tão sonhada neta nunca veio, mas a esperançosa costureira guardou: fitas, sianinhas, retalhos coloridos para quem sabe um dia costurar um belo vestido para quem seria sua netinha.
Mas pessoas estrelas também, as vezes, decidem também se transformar em cometas e não esperam na velhice a doença chegar! E parte...assim sem dar tempo de dizer adeus. Quatro meses após sua partida 120 vestidos confeccionados com os retalhos que deixou foram costurados por sua filha irmã Stela e filha de alma Mônica e entregues a orfanatos, creches e abrigos.
E agora D. Amélia virou Projeto Amelinha. Portanto se você sabe costurar e tem retalhos em casa, costure um vestido e doe para a menina que poderia ter nascido neta da Amélia. E você que não costura, mas conta histórias, conte essa história... Quem sabe alguém te ouve, costure e se encante também...


Eu a escrevi e sou Maristela Papa a primogênita de Amélia Santiago Papa! Aquela que voltou para o céu numa noite fria, mas muito estrelada.